William Ferreira da Silva, conhecido como “Homem do Tempo”, está detido em Porto Velho
Porto Velho, RO – O advogado Samuel Costa, conhecido por seu ativismo de esquerda em Rondônia, ingressou na equipe de defesa do jornalista William Ferreira da Silva, conhecido como “Homem do Tempo”.
O comunicador teve sua prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de participação ativa nos atos terroristas ocorridos na Capital Federal em 8 de Janeiro, em Brasília, onde os ataques atingiram as sedes dos Três Poderes.
Atualmente, ele está detido no Presídio de Custódia da Polícia Militar (PM/RO), próximo ao Urso Branco.
Costa agora atuará em conjunto com o advogado Júnior Castro Alves.
Consultado pela reportagem do Rondônia Dinâmica sobre as razões para ingressar no caso, o profissional argumentou:
“Particularmente, tenho profundo respeito e admiração por todos os membros da Suprema Corte, especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes. No entanto, analisamos o caso específico de William, o ‘Homem do Tempo’, e entendemos que é infundada a atribuição de crimes ao jornalista. Todos os elementos de prova já foram esgotados, inclusive a investigação realizada pela Polícia Judiciária, no caso, a Polícia Federal (PF). O posicionamento político dele não importa, o que importam são seus direitos como cidadão brasileiro”, observou.
E acrescentou:
“Portanto, ele não representa risco para a sociedade e atende a todos os requisitos para a liberdade provisória. É uma pessoa íntegra, com reputação ilibada, ex-policial, nunca tendo sido condenado, enfim. Entendemos que a prisão é a última opção. É importante ressaltar que, após quase 150 dias de prisão, não há possibilidade de obstruir as investigações, e ele precisa retomar suas atividades profissionais. Isso, mesmo que sob monitoramento, uma vez que sua família se encontra em situação de vulnerabilidade social.”
Samuel Costa e Júnior Castro Alves entendem que a participação do “Homem do Tempo” nos eventos destacados pelas investigações foi estritamente profissional.
“Ele se identificou como jornalista, e os próprios servidores do Judiciário o levaram para o ‘olho do furacão’, onde ocorria a manifestação, e, a partir dali, como profissional de imprensa, passou a registrar as imagens e os acontecimentos. Naquele momento, sua intenção era apenas noticiar o fato como jornalista”, afirmou.
O advogado também considera desproporcional o bloqueio das contas do comunicador, pois ele realmente “não financiou nenhum atentado terrorista ou contra a ordem democrática”, registrou.
As peças de defesa em favor de William Ferreira da Silva estão em fase de elaboração. A dupla pretende apresentar informações novas e, segundo os advogados, relevantes para a apreciação de Moraes.
“Se forem analisadas de forma justa, é provável que o jornalista seja solto provisoriamente”, concluiu Costa.
FONTE: RONDONIA DINAMICA