Para o senador, é necessário potencializar aquilo em que a natureza foi generosa com o Brasil – e os rios brasileiros possuem extensões que podem melhorar nossa competitividade
Durante a audiência pública desta terça-feira (11) na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) com o diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, que apresentou o plano de atuação da Agência e o cenário da infraestrutura de transportes aquaviários do Brasil, o senador Confúcio Moura (MDB-RO), presidente do Colegiado, enfatizou que o Brasil precisa focar no transporte mais barato e menos poluente, que é o hidroviário.
O parlamentar rondoniense enfatizou que é necessário atentar para o fato de que o Brasil tem muitos rios na Amazônia, o rio São Francisco e outros tantos no Centro Oeste brasileiro que são navegáveis, inclusive o Rio Tocantins que pode ser acessado até o Pará, indo até o oceano. Para isso, é necessário que se resolva alguns gargalos existentes nesses rios, para que se tornem hidrovias.
Confúcio Moura enfatizou que o País deve focar no que é barato, no que nós temos muito e no que é eficiente, que são as hidrovias brasileiras. “Precisamos aproveitar mais o que a natureza nos oferece. Os rios são meios de locomoção, poderosos e importantes. Para isso, precisamos de uma Agencia forte, preparada, agressiva, senhor diretor”, enfatizou o senador.
De acordo com o senador, rio navegável não é mesma coisa de hidrovia. “A hidrovia é quando realmente passa a ser utilizada como meio de transporte efetivo. Então nós temos aí um quantitativo de rios do Brasil, de quilometragem extensa, mas só temos praticamente 19 mil KM de hidrovias no Brasil, é muito pouco para se fazer as conexões, a multimodalidade, as intersecções entre o transporte rodoviário, caro e poluente, o ferroviário que é intermediário, mas também poluente. No momento em que se pensa muito nisso, na sustentabilidade, a hidrovia é que é mais barata e é a que menos polui”, reforçou
Outro aspecto importante que o senador cobrou do diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq) foi que a instituição não permitisse a construção de hidrelétricas em rios brasileiros sem a construção as eclusas. As eclusas são obras de engenharia hidráulica que permitem que embarcações subam ou desçam os rios onde há desníveis. Também são utilizadas como dispositivos de transposição para peixes em períodos de piracema.
“Barragens sem eclusas é o mesmo que sabotar os rios, limitá-los apenas a produção de energia. Eles são mais que isso. São conexões entre cidades, comunidade e pessoas. Este é, ao meu ver, papel central da ANTAQ”, concluiu Confúcio Moura.