Comitê de Política Monetária deve iniciar ciclo de queda na Selic nesta quarta-feira, 2; especialistas consultados pela Jovem Pan News analisaram a atuação do Banco Central.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) define, nesta quarta-feira, 2, como fica a taxa básica de juros (Selic), decisão que tem gerado consensos e divergências de especialistas em economia. A Selic se mantém em 13,75% desde agosto de 2022, maior patamar registrado desde 2017. A insistência do Banco Central (BC) em não reduzir os juros tem sido alvo de críticas de setores produtivos e de membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao longo de todo ano. A expectativa é de que, a partir desta quarta, comece um ciclo de quedas na taxa básica de juros do país. No entanto, ainda não se sabe ao certo o tamanho do corte inicial promovido pelo Copom, que deve ser entre 0,25 ponto percentual (pp) e 0,5 pp. Desde o fim de 2022, já foram realizadas sete reuniões do Copom em que a Selic foi mantida. Para parte dos especialistas, o cenário econômico de queda da inflação aponta para a possibilidade de um corte mais agressivo.
Apesar do cenário positivo para a redução, em entrevista à Jovem Pan News, o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio, Bens e Serviços, apostou que o Copom deve ser cauteloso e optar por um corte de apenas 0,25 pp: “A tendência é que os cortes nos juros se deem de forma gradual, a partir desta quinta reunião, e comecem a acelerar na medida que a gente se aproximar do final do ano, caso as expectativas de inflação sejam mantidas abaixo de 3,9% ou 3,8%, como tem sido verificado nas últimas semanas”. Já o economista e presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), Aurélio Valporto, acredita que já passou da hora do Copom reduzir a taxa de juros para o bem da economia brasileira: “As taxas poderiam cair mais de 1%, já que com a inflação em torno de zero, o juro real se tornou insuportável. Mas a expectativa do mercado financeiro é de que a queda vai se limitar a 0,25 pp, talvez 0,5 pp. Uma queda tão baixa não deve provocar nenhum efeito prático”.
O economista e professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Gilberto Braga, afirmou que as condições estão dadas para a redução da Selic a partir desta quarta e que diferentes fatores podem influenciar no tamanho do corte: “A maioria dos economistas, analisando o comportamento do Banco Central nas decisões anteriores, aposta que a queda é de 0,25 pp (…) Por outro lado, há muita pressão política e indicadores econômicos favoráveis para que se tenha uma redução mais agressiva de o,50 pp”.