Novo corte já era esperado pelo mercado financeiro, seguindo a indicação do Banco Central no último encontro.
Fátima Meira/Estadão Conteúdo
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa Selic nesta quarta-feira (20)
Pela sexta vez seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual nesta quarta-feira (20). Os juros básicos da economia caíram de 11,25% para 10,75% ao ano, em decisão unânime dos nove membros do colegiado – inclusive, dos quatro indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou recentemente à ofensiva contra o presidente do BC, Roberto Campos Neto. O novo corte já era amplamente esperada no mercado financeiro, seguindo a indicação dada pelo BC no último encontro, em janeiro, de que o corte de 0,50 ponto porcentual seria apropriado nas “próximas reuniões”. Desde então, os membros do Copom enfatizaram que a decisão desta quarta seria especial, pois contaria com três novas medições de inflação (IPCA de fevereiro e março e IPCA-15 de fevereiro) para embasar a escolha do ritmo de corte do juro e o que poderiam fazer a seguir.
Diante do cenário incerto, as avaliações do Comitê estão cada vez mais dependentes de informações frescas – ou data dependent, como dizem no jargão em inglês. Conforme pesquisa do Projeções Broadcast, todas as 55 instituições financeiras consultadas acreditavam que o Copom baixaria a Selic em 0,50 ponto, para 10,75% ao ano. Da mesma forma, o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS) apontava 99,3% de chance de nova redução nesse ritmo, a partir dos contratos em aberto no mercado de opções de Copom.
Mesmo com a nova baixa, o País segue em segundo lugar no ranking mundial dos juros reais (descontada a inflação à frente). Segundo levantamento do site MoneyYou com 40 economias, o Brasil passa a ter uma taxa de juros real de 5,90% e continua apenas atrás do México (7,46%). Em terceiro, aparece a Rússia (5,87%). A média das 40 economias pesquisadas é de 0,79%. O juro neutro brasileiro, que não estimula nem contrai a economia e, consequentemente, não acelera nem alivia a inflação brasileira, é estimado pelo BC atualmente em 4,5%.
*Com informações do Estadão Conteúdo