
Leilão realizado na B3 garantiu concessão de 686,7 km da BR-364 para o consórcio formado pela 4UM Investimentos e o banco Opportunity Porto Velho, RO – O Consórcio 4UM Oportunity BR foi o vencedor do leilão da Rota Agro Norte, trecho de 686,7 km da BR-364 em Rondônia. A disputa ocorreu nesta quinta-feira (27) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), e a proposta vencedora apresentou um desconto de apenas 0,05% na tarifa de pedágio, sendo a única considerada válida no certame. A concessão abrange pelo menos 10 municípios do estado, incluindo Porto Velho, Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste, Ariquemes, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Presidente Médici, Cacoal, Pimenta Bueno, Chupinguaia e Vilhena. O consórcio é composto pela 4UM Investimentos, anteriormente conhecida como J. Malucelli, e pelo banco Opportunity. Esta é a primeira vez que a parceria entre as duas empresas vence um leilão de rodovia federal no Brasil.Melhorias previstas na BR-364 A concessionária será responsável por uma série de obras para aprimorar a infraestrutura da rodovia, com foco na segurança e fluidez do trânsito. Entre os projetos previstos estão: Duplicação de 135 km da rodovia;Construção de terceira faixa em cerca de 200 km;Instalação de passarelas e outras melhorias estruturais. Durante o evento, Leonardo Boguszewski, CEO da 4UM, expressou sua satisfação com a conquista e reforçou o compromisso de realizar os investimentos necessários. “Subo nesse palco com alegria por contribuir com o desenvolvimento do nosso país através de um investimento tão importante. A BR-364 é essencial para o escoamento da produção agropecuária e, com melhorias, poderá potencializar ainda mais esse papel”, afirmou. Controvérsias e questionamentos A concessão da BR-364 tem sido alvo de críticas, principalmente de povos indígenas e organizações ambientais. De acordo com a Coordenação das Organizações Indígenas do Povo Cinta Larga, a licitação apresenta irregularidades, como a ausência de estudos ambientais prévios e a falta de consulta obrigatória às comunidades afetadas. A rota atravessa uma área de alto impacto ambiental, englobando cerca de 10 terras indígenas e unidades de conservação, incluindo Sete de Setembro, Roosevelt e a Floresta Nacional do Jamari. Em nota, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que as consultas às comunidades serão realizadas na fase de licenciamento ambiental, etapa necessária antes do início das obras. Ainda assim, líderes indígenas reforçam a necessidade de um diálogo mais amplo e transparente. Na quarta-feira (27), a bancada federal de Rondônia encaminhou um ofício ao Ministério dos Transportes solicitando a suspensão ou adiamento da concessão, alegando preocupações socioambientais e a falta de envolvimento adequado das comunidades impactadas. A próxima etapa do processo dependerá do cumprimento das exigências regulatórias e ambientais antes da assinatura definitiva do contrato de concessão.