A distribuição de 2,1 milhões de mudas de cacau clonal em Ariquemes, Cacoal, Jaru, Governador Jorge Teixeira, Theobroma e Nova União. “Municípios dispostos a cultivá-lo é o primeiro passo para a revitalização dessa lavoura em Rondônia. Depois da ascensão e queda, este é o melhor momento”, afirma o senador Confúcio Moura.
Reunido esta semana com produtores, o parlamentar informou que colocará recursos financeiros à disposição deles, via emenda parlamentar.
“Inicialmente, investimentos de R$ 10 milhões, todo dinheiro destinado ao fortalecimento da agricultura familiar”, explicou o senador. Quarenta e sete anos atrás, o cacau se tornava o ícone da agricultura de Ariquemes, quando a cidade recebia produtores baianos e uma forte participação técnica da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. O Projeto Burareiro foi praticamente o berço da cultura no Vale do Jamari.
HISTÓRIA
Em 1979, um fungo cientificamente conhecido por Crinipellis perniciosa, e popularmente por “vassoura de bruxa”, atrapalhava os planos, negócios e projeções futuras dos produtores.
A notícia correu o País, os jornais noticiaram o momento entristecedor. Atualmente há mudas resistentes a doenças fúngicas. Lembrando as origens, o senador Confúcio disse: “Ariquemes nasceu com o cacau, duzentos pioneiros plantaram lavouras. Agora, não vamos mais repetir os erros do passado”, disse.
Em 1975, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Governo do Território e a Prefeitura de Porto Velho iniciavam os projetos de assentamento dirigido Marechal Dutra e Burareiro. Antes, em 1972, o Incra havia enviado técnicos à região do Jamari para estudar a desapropriação de terras públicas nas quais nasceram o Marechal e o Burareiro, o primeiro para incentivar a cultura cafeeira, o segundo para lavouras de cacau.
Cada assentado no Burareiro (5º grande projeto do Incra em Rondônia) recebia um lote de 250 hectares, enquanto o lote do Marechal media cem hectares. Entre 1975 e 1977 entravam no território federal 3.150 famílias, a maioria desembarcando de caminhões paus-de-arara e de ônibus. De 1974 a 1996, os dois projetos assentaram 4.832 colonos, com autorizações de ocupação e títulos definitivos.
“Queremos hoje fazer diferente: todos os pequenos produtores, ou aqueles iniciais poderão plantar pelo menos um ou dois hectares de cacau em sua propriedade”, anunciou Confúcio.
O senador está tão animado quanto os demais ariquemenses dedicados a essa lavoura e ainda sem dispor de dinheiro para ampliá-la. “Isso é possível, há mão de obra caseira, não precisará contratar pessoas, o que significa incremento à microeconomia local, proporcionando dinheiro e riqueza para a cidade”, comprometeu-se Confúcio.
Em setembro do na o passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgava pesquisa de Produção Agrícola Municipal, segundo a qual, o cacau se tornava a segunda cultura permanente com maior área destinada à colheita em Rondônia.
Dos municípios que o cultivam, destaca-se Jaru, o maior deles, alcançando 1.276 toneladas em 2021. Em seguida, Buritis (743 toneladas), Ouro Preto do Oeste (720 toneladas), Monte Negro (307 toneladas) e Cacaulândia (209 toneladas).
SECRETÁRIO ANIMADO
Para o secretário municipal de agricultura de Ariquemes, Antônio Marcos de Moura, a revitalização apoiada pelo senador é significativa para o setor.
Ele acredita que o repasse financeiro via emendas a ser feito pelo senador possibilitará o atendimento a aproximadamente 150 famílias. O cacau apresentou um aumento de produção de 2,3% entre 2017 e 2021, passando de 5.055 toneladas para 5.171 toneladas, mesmo com a redução de 10,4% no tamanho da área destinada à colheita.
A VOLTA EM CACOAL
O secretário municipal de agricultura em Cacoal, Roberto Silva, elogiou o senador: “Ele é um grande incentivador da agricultura em Rondônia, além de ter um olhar carinhoso para atender a tantas outras demandas. Emociona-me saber que ele é parceiro e vai incentivar maciçamente na reconstituição do nome de Cacoal, que vem do cacau.”
Ao que o senador observou: “Nada melhor do que acrescentar um novo fator econômico além do café; as terras são boas, há muitos pequenos agricultores em Cacoal, e o nosso trabalho em Brasília será alocar recursos para adquirir mudas clonais resistentes a doenças, e o agricultor poder plantar.” Lembrou que o