
Lei contra crimes financeiros completa 25 anos
Porto Velho, RO – Ao mesmo tempo em que impĂ”e desafios, a inteligĂȘncia artificial (IA) traz oportunidades no combate Ă lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, disse nesta segunda-feira (4) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Ele participou de um seminĂĄrio que celebra os 25 anos da lei de combate a esse tipo de crime.


âAntevemos, por exemplo, o uso de inteligĂȘncia artificial como ferramenta auxiliar nesse trabalho [de combate Ă lavagem de dinheiro], mas hĂĄ desafios, pois as novas tecnologias tambĂ©m podem ser usadas para operaçÔes ilĂcitasâ, disse o presidente do BC em cerimĂŽnia promovida pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Sobre as tecnologias atuais, Campos Neto disse que o Brasil tem se aperfeiçoado no rastreamento da origem de recursos ilegais. âTemos avançado em uma ampla agenda de novas tecnologias que tĂȘm o potencial de elevar a rastreabilidade das operaçÔes e tornar o combate e a prevenção dessas atividades ilĂcitas ainda mais efetivoâ, afirmou.
Em discurso, o presidente do BC fez um balanço sobre os avanços do Brasil nas duas ĂĄreas: combate Ă lavagem de dinheiro e ao repasse de dinheiro ao terrorismo. Como principais marcos, Campos Neto citou o alinhamento do paĂs a diretrizes da Organização das NaçÔes Unidas (ONU) e do Grupo de Ação Financeira da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento EconĂŽmico (OCDE). Ele disse que o Brasil manterĂĄ o compromisso de reprimir os crimes financeiros e que o BC continuarĂĄ a colaborar com os ĂłrgĂŁos de controle.
âPosso afirmar que essa cooperação tem gerado muitos bons resultados. A atuação do Banco Central tem contribuĂdo para viabilizar importantes operaçÔes conduzidas pela PolĂcia Federal, pelo MinistĂ©rio PĂșblico e demais ĂłrgĂŁos de controleâ, declarou. Desde que a lei entrou em vigor, disse Campos Neto, o Banco Central fez 33 milhĂ”es de comunicaçÔes ao Coaf, das quais 5,5 milhĂ”es apenas no ano passado.
FunçÔes
Criado em 3 de março de 1998, o Coaf monitora operaçÔes financeiras suspeitas. As instituiçÔes financeiras sĂŁo obrigadas a repassar ao ĂłrgĂŁo os dados de transaçÔes acima de R$ 10 mil por pessoas fĂsicas e empresas, caso os recursos tenham origem duvidosa ou nĂŁo comprovada. AlĂ©m disso, as instituiçÔes devem informar qualquer saque ou depĂłsito em espĂ©cie a partir de R$ 100 mil, mesmo se nĂŁo houver suspeita sobre o dinheiro.
Historicamente vinculado ao MinistĂ©rio da Fazenda, o Coaf foi transferido ao Banco Central em 2019, no governo anterior. Na ocasiĂŁo, o conselho chegou a ter o nome alterado para Unidade de InteligĂȘncia Financeira, mas o Congresso Nacional resgatou o nome original.
Fonte: AG/BR