Dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, 31, também apontam para uma redução acumulada de 12,1% da população desocupada em 2023
A taxa de desocupação, que mede o desemprego no país, ficou em 7,7% no terceiro trimestre de 2023, encerrado em setembro, com variação de -0,4 ponto percentual (p.p.) na comparação com os três meses anteriores. De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira, 31, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) este é o menor nível de desocupação desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (7,5%). O número total de desempregados recuou 3,8% no trimestre (menos 331 mil pessoas), chegando a 8,3 milhões de pessoas. No acumulado do ano, a redução é de 12,1% (menos 1,1 milhão de pessoas) da população desocupada. Já o número de ocupados atingiu um patamar recorde na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012: 99,8 milhões de pessoas. “A queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela retração de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre de 2023”, explica a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, à agência de notícias do instituto.
Na comparação com o trimestre anterior, o número de ocupados cresceu 0,9%, o que representa 929 mil pessoas a mais no mercado de trabalho. Com isso, o nível da ocupação foi estimado em 57,1%, com crescimento de 0,4 p.p. na mesma comparação. Essa taxa representa o percentual de ocupados na população em idade de trabalhar. A maior parte desse aumento no número de ocupados (587 mil pessoas) veio da categoria de empregados com carteira assinada no setor privado, que, com o acréscimo de 1,6%, chegou a 37,4 milhões de trabalhadores. Essa foi a única categoria investigada pela pesquisa que apresentou crescimento significativo. As demais permaneceram estáveis frente ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento dessa categoria foi de 1,1 milhão de pessoas (3,0%).
“Em relação ao trimestre móvel anterior, mais da metade das pessoas que foram inseridas no mercado de trabalho foram provenientes do crescimento da carteira assinada. Isso fez com que a expansão da ocupação formal fosse muito maior que a da informal”, destaca Beringuy. No trimestre, o mercado de trabalho absorveu 631 mil trabalhadores formais e 299 mil informais. A taxa de informalidade chegou a 39,1% do total de ocupados, o que representa estabilidade frente ao trimestre encerrado em junho. Ao todo, foram estimados 39 milhões de trabalhadores informais no país. Em relação aos setores econômicos analisados pela pesquisa, o único que registrou aumento significativo no seu número de ocupados foi o de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,5%, ou mais 420 mil pessoas). As outras nove atividades ficaram estáveis na comparação com o trimestre móvel encerrado em junho.
O número de pessoas dentro da força de trabalho, em que são somados ocupados e desocupados, chegou a 108,2 milhões, com alta de 597 mil pessoas no trimestre. No mesmo período, a população fora da força, estimada em 66,8 milhões, ficou estável, assim como o número daqueles que estão na força de trabalho potencial (6,5 milhões). Esse grupo reúne as pessoas que não estavam ocupadas nem em busca de trabalho, mas tinham potencial de se transformarem em força de trabalho. Já os desalentados, subgrupo da força de trabalho potencial que representa os que já desistiram de procurar emprego, somaram 3,5 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em 2016 (3,5 milhões). Foi uma queda de 4,6% na comparação com o trimestre móvel anterior, o que representa 168 mil pessoas a menos.
O rendimento médio real foi estimado em R$2.982, um crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e de 4,2% frente ao mesmo período do ano passado. O volume total de rendimento atingiu novamente o maior patamar da série histórica da pesquisa, ao ser estimado em R$ 293 bilhões. Frente aos três meses anteriores, o aumento foi de 2,7%. A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.