Presidente russo convoca reunião extraordinária com a cúpula do governo, as duas Câmaras do Parlamento e os serviços secretos
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu críticas após visita de autoridades do grupo terrorista palestino Hamas ao país. A ida do movimento islamita, menos de três semanas depois que o braço armado do Hamas atacou Israel, está tendo consequências negativas para o Kremlin, que parece ter arriscado demais em tentativas de desviar a atenção da guerra na Ucrânia. Israel, que nos últimos 20 meses não apoiou a Ucrânia, nem as sanções ocidentais contra a Rússia, condenou veementemente a visita e apresentou um forte protesto ao embaixador russo em Tel Aviv. Em paralelo, tumultos antissemitas eclodiram no barril de pólvora do Cáucaso, mais precisamente da República do Daguestão. A chegada de representantes da ala política do Hamas foi interpretada por alguns grupos na Rússia como uma carta branca para se manifestar a favor da Palestina e perseguir os judeus. Putin então convocou uma reunião extraordinária com a cúpula do governo, as duas Câmaras do Parlamento e os serviços secretos. Para se ter ideia da seriedade do problema para o Kremlin, a reunião teve a presença do ministro da Defesa, Sergey Shoigu, que teve de retornar com urgência da China. A reunião se concentrou no que o governo do país chamou de “tentativas ocidentais de tirar proveito da situação no Oriente Médio para dividir a sociedade russa”. O Kremlin denunciou que os tumultos são o que avaliou como “resultado de interferência externa”.