O Zé Gotinha foi criado pelo artista plástico Darlan Rosa, em 1986, para promover a vacinação contra a poliomielite no país. Famosos aderiram à campanha, como a Xuxa que fez uma propaganda histórica em 1990.
Gradualmente, o Zé Gotinha, símbolo histórico da importância da vacinação no Brasil, vai assumir novas missões. O Ministério da Saúde anunciou que a Vacina Oral Poliomielite (VOP) será substituída por uma injetável – a versão inativada (VIP) do imunizante – a partir de 2024.
De acordo com especialistas, é um avanço tecnológico visando maior eficácia do esquema vacinal. A decisão foi tomada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que considerou as novas evidências científicas para proteção contra a doença, por isso, a substituição da “gotinha” da pólio pela vacina injetável.
Segundo o ministério, a atualização não representa o fim imediato do imunizante na versão popularmente conhecida como “gotinha”. Veja abaixo um vídeo histórico da Xuxa fazendo propaganda da vacinação há 33 anos.
Zé Gotinha vai continuar
O Ministério da Saúde informou que o Zé Gotinha, símbolo histórico da importância da vacinação no Brasil, vai ganhar novas atribuições, participando das ações de imunização e campanhas do governo.
O Zé Gotinha foi criado pelo artista plástico Darlan Rosa, em 1986, para promover a vacinação contra a poliomielite no país. Famosos aderiram à campanha, como a Xuxa que fez uma propaganda histórica em 1990.
Último caso da doença
Há 34 anos, o Brasil registrou, na Paraíba, um caso de poliomielite. Desde 2016, o esquema vacinal contra a pólio passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente – VOP (gotinha).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1975, antes da vacinação generalizada, quase 6 mil crianças ficaram paralisadas nas Américas, em razão da poliomielite
A vacinação
O Brasil deve adotar exclusivamente a Vacina Inativada Poliomielite (VIP) no reforço aos 15 meses de idade, que atualmente é feito com a forma oral do imunizante.
A VIP (injetável) já é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação.
Portanto, após um período de transição que começa no primeiro semestre de 2024, as crianças brasileiras que completarem as três primeiras doses da vacina irão tomar apenas um reforço com a VIP (injetável) aos 15 meses.
A dose de reforço aplicada atualmente aos 4 anos não será mais necessária, já que o esquema vacinal com quatro doses garantirá a proteção contra a pólio.
A atualização considerou os critérios epidemiológicos, as evidências relacionadas à vacina e as recomendações internacionais sobre o tema.
Sem notificações
Desde 1989, não há notificação de caso de pólio no Brasil, mas as coberturas vacinais contra a doença sofreram quedas sucessivas nos últimos anos.
No país, a cobertura ficou em 77,19% no ano passado, longe da meta de 95%. Por isso, a mobilização para retomar as altas coberturas vacinais do país, que já foi referência internacional, é fundamental.