Fabio Wajngarten também reclamou de a defesa não ter acesso ao depoimento, no qual Freire Gomes detalhou reuniões com minutas golpistas.
Matheus Veloso/Metrópoles
Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten ironizou o depoimento prestado pelo ex-comandante do Exército Freire Gomes à Polícia Federal no âmbito da investigação sobre um plano golpista para reverter o resultado das eleições vencidas por Lula. À frente do Exército até o final da gestão Bolsonaro, Freire Gomes confirmou ter participado de reuniões com o então presidente nas quais foram discutidas minutas para a decretação de GLO, estado de Defesa e de Sítio.
“Tem General com memória seletiva…” escreveu Wajngarten na rede social X, com imagens de uma reportagem da Folha de S.Paulo sobre as falas de Freire Gomes à PF no último dia 1º de março, quando falou por mais de 7 horas aos investigadores. “Recorda-se de vírgulas e frases e palavras, mas não se recorda de datas”, disse o advogado de Bolsonaro, diante de um techo eum que o militar diz não lembrar uma das datas em que teria ido ao Palácio da Alvorada tratar do tema.
“Bem curioso. Mais ainda as defesas não terem nenhum acesso à esse depoimento folclórico”, concluiu Wajngarten. O advogado tem insistido para ter acesso a todo o material da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de estado e foi sob essa reclamação que Bolsonaro ficou calado quando foi chamado à PF para depor sobre as suspeitas.
O depoimento de Freire Gomes
O ex-comandante do Exército confirmou à PF que esteve presente em reuniões com Bolsonaro para tratar de minutas que tinham o objetivo de questionar as eleições gerais de 2022. O Metrópoles teve acesso ao depoimento do militar.
Freire Gomes relatou aos investigadores que Bolsonaro apresentou, em diferentes reuniões, documentos que decretavam Estado de Defesa e a criação de uma comissão de regularidade eleitoral para apurar a legalidade do processo eleitoral.
Freire Gomes relatou ter se oposto ao planos e alertado Bolsonaro sobre possíveis consequências penais das ações. Ele também disse aos agentes recordar que o então comandante da Marinha, Almir Garnier, se colocou à disposição de Bolsonaro.