Presidente falou sobre o suposto plano de golpe e destacou atuação do comando das Forças Armadas; na sexta-feira, depoimento de ex-comandantes agitou cenário político.
Ricardo Stuckert/PR
Lula conduz reunião ministerial no Palácio do Planalto
Durante a primeira reunião ministerial do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre uma suposta tentativa de golpe para que ele não assumisse a Presidência da República e chamou Jair Bolsonaro, seu antecessor, de “covardão”. Na sexta-feira (15), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), derrubou o sigilo de parte dos depoimentos da investigação sobre a trama. Dois ex-comandantes das Forças Armadas — Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, da Força Aérea Brasileira — deram declarações à Polícia Federal que implicaram o ex-presidente. “Se há três meses quando a gente falava em golpe parecia apenas insinuação, hoje nós temos certeza que esse país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022. E não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o presidente é um covardão”, declarou o petista.
Durante a reunião, foram discutidas diversas ações do governo, incluindo a ampliação do Bolsa Família e o reajuste do salário mínimo. O ministro Alexandre Padilha destacou que o encontro tinha como objetivo proporcionar uma “visão geral” das atividades do governo. O Palácio do Planalto está preocupado com a queda de avaliação do petista. “Se há pessoas que não falam bem da gente, nós temos que falar”, disse Lula, vocalizando a visão de que falta ao governo amplificar seus feitos. Por outro lado, ele declarou que é preciso “fazer mais” para o brasileiro ter a sensação de que este caminho é o correto. “Todo mundo sabe também que ainda falta muito para gente fazer. Por mais que a gente tenha recuperado Farmácia Popular, Mais Médicos, por mais que a gente tenha feito clínica, a gente ainda tem muito para fazer em todas as áreas. E muito não é nada estranho. É tudo aquilo que nós nos comprometemos a fazer durante a disputa eleitoral.”